domingo, 19 de maio de 2013

Parabéns para os policiais da Virada Cultural! sqn



Eu compareci pela primeira vez no evento ano passado e resolvi ir nesse ano também. Foi muito legal, me diverti bastante com as pessoas que foram comigo.
O problema da virada cultural não é exatamente os assaltos em si,  pois em todos os lugares que tiverem um alto número de pessoas juntas principalmente em locais abertos, pode ter certeza que algo vai acontecer; sejam assaltos, brigas e até mortes. Brasil né?




O problema de verdade é que não temos a quem e nem como recorrer quando acontece um assalto, furto ou roubo. Quem devia nos proteger ou pelo menos prestar algum auxilio mesmo que seja minimo, não o faz.

Haviam viaturas e alguns policiais espalhados em alguns pontos da virada cultural, mas os mesmos também podiam ser chamados de postes. Não saiam do lugar e todo mundo sabe que o que mais acontece nesse tipo de evento é o famoso "arrastão"
Eu presenciei um roubo feito descaradamente a poucos metros de distância  de dois policiais, os dois se encontravam literalmente de braços cruzados quando a vitima se aproximou deles não precisando dar mais que cinco passos.
 Eu achei que a situação não podia ficar mais bizarra, mas eu me enganei bonito.

 Um dos policiais falou o seguinte para a vitima:

- Agora já era, tem que tomar cuidado, o que você pode fazer é registrar um boletim de ocorrência só que não vai dar em nada.

O próprio policial estava desencorajando a pessoa a abrir um boletim de ocorrência, seria engraçado se não fosse trágico.

Eu como só estava, digamos assim, de plateia não ia me envolver, mas a vontade foi de perguntar o que diabos eles estavam fazendo lá, qual era a utilidade de tê-los ali?

Que nada nesse país funciona a gente sabe, mas isso aí já é o cumulo do absurdo.











sábado, 18 de maio de 2013

Salve Jorge e uma Lição de Vingança

"A vingança nunca é plena; mata a alma e envenena" foi a frase que eu e vocês decoramos por causa do Chaves (eu acho). É uma frase simples, mas que faz todo o sentido do mundo. Não pra realidade do brasileiro, é claro.


Salve Jorge foi uma novela que eu não assisti (somada às outras cinco ou seis que não acompanhei também), mas notícias sobre o assunto sempre há aos montes. Quem assiste ou não novela sabe que Salve Jorge não foi bem das pernas em nenhum momento, talvez porque a autora, a Glória Perez, foi ousada demais com o assunto escolhido para a trama ou porque os atores não se levaram a sério (há boatos de que a Vera Fischer, por exemplo, afirmou que seu personagem não tinha nada a acrescentar na novela, motivo pelo qual virou piada no twitter uma vez). Eu mesmo não sei de cabeça o nome de ninguém da história, muito menos a importância deles para a trama. Talvez a história não tenha sido de todo boa.

Por isso, em muitos casos, e inclusive nesse, a emissora responsável pela novela precisou apelar - e, ao que parece, foram muitas as apelações na trama. Quem é que não gosta de uma boa briga entre mulheres, por exemplo? Em Salve Jorge, houve várias. O público vai ao delírio quando vê sua protagonista preferida espancando a vilã megera, que sempre acabou com a vida dos outros, destruiu sonhos. Talvez por isso Glória Perez tenha escrito uma porção de cenas assim, e eu consigo me lembrar de ter assistido pelo menos umas três (não me façam procurá-las no youtube, vocês as assistiram e se lembram, pô).

Eu já achava isso um pouco forçado. Quer dizer, eu já vi briga entre mulheres com os meus próprios olhos, longe da televisão, mas não foram tantas assim. Pessoas normais - mulheres, principalmente - dificilmente brigam quando precisam resolver um problema. Ou estou enganado e vocês, mulheres, fazem isso nos bastidores? As que conheço sabem conversar e resolver o problema tranquilamente, nem que seja com uma ira contida. Na melhor (pior?) das hipóteses, aprendem apenas a ignorá-lo e seguem frente com a vida, atentando-se ao que há de melhor nela, e não ao que há de pior.

A vingança nunca é plena; mata a alma e envenena.

Esse final de Salve Jorge veio para pisotear nesse conceito, como não podia deixar de ser.

Eu não sabia, mas havia um personagem de nome Russo na novela que, acho eu, tinha o costume de estapear o rosto das prostitutas das quais tomava conta, as traficadas. Nada mais natural que elas se sentissem enfurecidas e humilhadas, afinal, quem é que gosta de apanhar? Imagino que uma revolta muito grande cresce-se dentro de uma pessoa que passa por isso. Mesmo assim, não acho que isso justifica a cena que eu vi. De jeito nenhum.

A personagem da Thammy Gretchen, que é uma policial um tanto ~suspeita~, que tomava conta do caso do tráfico de mulheres, permitiu que todas as garotas esbofeteadas durante tanto tempo esbofeteassem o tal do Russo, que estava preso por algemas especiais a uma cama. Disse algo sobre não poder ser descoberta, porque, muito provavelmente, isso que ela estava permitindo era proibido - por algum motivo importante, imagino. Mas ela não se importou. Portanto, uma a uma, as garotas foram esbofetear o homem preso à cama e se vingaram.

Um sonho realizado: sendo agarrado por muitas mulheres ♥
A vingança nunca é plena e blábláblá...

Pra que ensinar uma boa lição, não é mesmo, responsáveis por Salve Jorge? Afinal, achei que a prisão e a humilhação de ser exposto diante de todo o mundo por ser responsável por uma grande rede de tráfico de mulheres já fosse uma punição suficientemente boa. Não consigo pensar em algo pior do que perder o direito de liberdade e viver uma vida preso, mesmo com os benefícios da cama, comida e roupa lavada. Ser solto e não conseguir viver normalmente porque tem a ficha suja, sabe?

Não, o certo é se vingar no tapa.

Para uma novela que estava precisando de audiência, até que esse foi um belo final. Dar ao povo o que ele quer: linchar o vilão da história. Faz o público ir ao delírio e gritar de excitação!

Mas só nos ensina que, ao invés de perdoar ou pelo menos nos conformar com a punição que será concedida a alguém por algum erro que ele cometeu, o que temos que fazer é machucá-lo com os punhos. Jamais podemos deixar uma oportunidade dessa passar! Se alguém nos incomodou por tanto tempo, o certo não é ser melhor que ele e tomar uma atitude diferente sobre o caso. O certo é descer do nosso patamar e ser igual ou até pior do que o "vilão" da história.

Isso! Tem que bater mesmo! :D
Sei lá. Novela não é e nem nunca foi um meio de ensinar, não é mesmo? Nem sei por que me importei com isso.