quarta-feira, 31 de outubro de 2012

American Horror Story Vai ao Hospício

Com licença, chorando

A segunda temporada de American Horror Story - Asylum, outra filha de Ryan Muprhy, produtor de séries como Glee e New Normal, mas mais conhecido por Nip/Tuck (talvez?), estreou ontem na FOX, canal da TV fechada, com algumas semanas de atraso, três ou duas, não sei bem dizer, e pontualmente segundo o horário marcado em minha grade de canais, às 23h06 [essa observação se fez necessária porque há reclamações em torno do fato de a FOX não ser tão pontual assim com os horários que anuncia. Confesso que até eu fiquei preocupado enquanto esperava o início da série]. Eu estava ansioso por essa estreia, e tenho certeza de que muitas outras pessoas também estavam. Depois de receber tantos prêmios por aí e depois de tantos previews sensacionais, que você pode conferir abaixo - vale muito a pena! -, não havia quem não estivesse esperando coisas grandiosas dessa obra.



Mas também não é tudo mar de rosas, tenho que confessar. Para um fã casual da série, que assiste um episódio e outro e que apenas queria saber no que ia dar essa segunda temporada, talvez estivesse tudo bem. Era apenas uma segunda temporada. Mas fãs ou apenas acompanhadores de Ryan Murphy sabem que as coisas não são bem assim no que diz respeito às séries das quais ele é responsável, já que ele é bem famoso por fazer excelentes primeiras temporadas!, mas decepcionantes temporadas seguintes. Os fãs de Glee que o digam.

Mas eu realmente estava positivo quanto à essa estreia. Quero dizer, para quem assistiu a primeira temporada, que foi sensacionalmente excelente!, a empolgação era inevitável. Se você não assistiu ainda a primeira temporada de American Horror Story, saiba que está perdendo uma história muito boa. Com drama, terror e personagens tão bem criados, tanto por criadores quanto pelos próprios atores, que levam tudo a sério, como deve ser, American Horror Story foi simplesmente uma série nota 10, sem sombra de dúvidas. Teve um final nota 9? Teve... Mas não foi nada que não tenha tornado o desenvolver da trama algo tão bom. Era o tipo de série que simplesmente não dava para abandonar.

Com a notícia de que parte do elenco ia estar de volta, e como parte do elenco de volta se entende a melhor parte do elenco - estamos falando aqui de Evan Peters, Zachary Quinto e Jessica Lange, essa inclusive premiada como melhor atriz de minissérie dramática no Emmy Awards desse ano -, grandes coisas vinham por aí! E realmente vieram.

Em vista da primeira temporada, Asylum parece uma série ainda mais adulta. Enquanto a primeira temporada narrava acontecimentos de forma mais lenta, praticamente em um único cenário, com dramas mais bem trabalhados e personagens fortemente marcantes, a Asylum parece querer chamar a atenção por outros motivos. Os personagens fortemente marcantes continuam lá, embora em menor quantidade, mas o que se destaca nessa trama toda, pelo menos no primeiro episódio, são os acontecimentos e assuntos tratados, que são chocantes por si só. Vemos aí possíveis abduções por ETs, romances que são mantidos apenas dentro de uma casa, longe dos olhares alheios, por motivos de preconceito, como é o caso do protagonista branco com sua esposa negra e a escritora de um jornal e sua namorada, e o hospício mantido por freiras estranhamente rigorosas e com costumes de se duvidar. Há inclusive uma cena em que a freira principal, a comandante da coisa toda, insinua uma cena de amor com um padre.


Não vejo a hora de saber o que tá acontecendo aí...

São coisas assim que se lembra do primeiro episódio. Não houve diálogos muito profundos e nada que pudesse ser aprendido enquanto as cenas se desenrolavam. Na verdade, tudo acontece tão rápido que eu me senti assistindo a um videoclipe, e não a uma série. Acredito que foram quarenta e dois minutos de duração, mas eu me senti assistindo apenas vinte. Não que isso seja uma coisa ruim, longe disso!, até porque isso significa que eu me envolvi tanto que nem senti o tempo passar. O que acontece é que as cenas em si são rápidas demais, com vários enfoques de câmeras de uma vez só, talvez porque o diretor daquilo achou que essa "manobra" fosse ampliar ainda mais o que se pode ver de uma cena.

Aí, não temos um começo com aquele "clima de começo", quando vamos conhecendo os personagens pouco a pouco e vamos sentindo a tensão que eles sentem... Tudo já está pronto e somos jogados naquele universo do jeito em que ele já se encontra. É possível até pensar que houve algum episódio antes daquele, o que nos faz ter a sensação de que estamos perdendo algo. Deve ser o que se sente sobre uma série que acabou de começar, já que essa não tem vínculo nenhum com a primeira temporada.

Percebi que há vários pontos altos em Asylum. Por exemplo, há algumas dúzias de mistérios apresentados nesse episódio e vários personagens dos quais queremos saber qual é a história. Não sei quanto aos demais, mas me deparei realmente interessado em saber o passado de alguns dos "loucos" que estão naquele hospício, e acho que esse vai ser um desenrolar bem interessante. Não há falta das coisas insanas, que nos fazem franzir o cenho e perguntar "Mas que droga é essa...?", marca registrada de toda e qualquer série do Mr. Murphy. Sim, eu sentiria falta disso se não estivesse lá. Além disso, há vários personagens interessantes, realmente interessantes, o que dá prazer em assistir a série. Certamente, é uma história que muita gente vai querer voltar a acompanhar.

Claro que o mundo inteiro estava esperando para voltar a ver o Evan Peters - exceto eu -, mas eu esperava mesmo era pela Jessica Lange, atriz pela qual me deparei apaixonado de uma hora para a outra, durante a primeira temporada. Mesmo assim, não foi ela quem me prendeu verdadeiramente em Asylum... Por incrível que pareça, Sarah Paulson e sua escritora em busca de um furo sobre o hospício me cativaram. Tem grandes chances de ser a minha personagem preferida nessa coisa toda. Estou positivo quanto à ela.

Mas há pontos negativos também. Por exemplo, Lily Rabe, que fez uma fantasma louca na primeira temporada, que chorava o tempo inteiro, era a minha personagem preferida, justamente porque era tão exageradamente atuada, o que a tornava perfeita. Gostava de vê-la durante a série, era o tipo de personagem que prendia a minha atenção. Quando vi seu nome na segunda temporada, soltei vivas para o céu. Contudo... Tá aí um problema. O personagem que ela pegou, de uma freira com problemas de autoconfiança, que tem medo de tudo e de todos o tempo inteiro, não caiu como uma luva e parece que não vai chamar a atenção do público. Espero que isso seja mudado.

Além disso, Adam Levine e uma atriz que não conheço aparecem na série como convidados também, logo no início. Invadindo os escombros do que um dia foi aquele asilo, no futuro, eles exploram tudo e conversam enquanto fotos são tiradas, enquanto cenas de sexo acontecem aqui e ali. Foi interessante? Não. A meu ver, foi tudo tão porco e acontecido com tanta rapidez que não me interessou. Achei descartável, como se não precisasse deles na série. Mas tenho certeza de que o vocalista do Maroon 5 chamou bastante atenção para novos telespectadores.

A grosso modo, foi um piloto bom, mas diferente demaaaaais do que foi a primeira temporada. Senti falta de um clima mais "família" da coisa, uma produção mais organizada e tudo mais, mas se você prestar atenção apenas no desenrolar da série, talvez não se queixe desse tipo de coisa. Não é uma série pra todo mundo, diferente da primeira. Essa parece que vai envolver milhares de outros tabus, coisas que pessoas comuns não estão acostumadas a lidar. Não estamos falando de um romance simples e um problema conjugal, mas de uma história que envolve loucos, e não só os que são tratados no hospício, como os que trabalham nele também.

É tudo tão interessante que, olha, cadê esse segundo episódio?

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Formato de Atividade Paranormal

Hunter, como você ficou grande!

Eu poderia e inclusive cheguei a pensar em escrever uma crítica sobre Atividade Paranormal no dia de hoje. Assisti ao filme no fim de semana e saí da sala de queixo caído, fascinado. Não é um filme genial, de maneira nenhuma, mas é divertido, e por divertido entende-se que causa diversas emoções no decorrer de sua duração. É um filme que faz rir ao mesmo tempo em que te faz ficar alerta para o menor sinal de alguma aparição. E causa sustos, alguns propositais, outros apenas para rir da sua cara.

Certo, essa foi uma resenha sucinta. Mas falemos agora sobre o que eu realmente quero falar sobre Atividade Paranormal.

Em nenhum momento Atividade Paranormal foi vendido - no sentido de divulgado - como um filme cheio de histórias e dramas e bons acontecimentos. Como um filme que causa sustos? Sim. Como um filme recheado de ação? Acho impossível um terror ser reconhecido como algo bom se só tiver as suas cenas de ação. Se não tivermos tempo para nos importar com os personagens que estão ali mostrando suas vidas para que possamos "gostar" deles, duvido que qualquer cena de ação faça sentido. Mas Atividade Paranormal tem algumas. São sutis, simples, por vezes curtas, mas suficientemente marcantes, porque é isso o que toda a gente que trabalha por trás do filme sabe fazer. Eles não querem te causar medo o tempo inteiro, até porque isso seria cansativo e enjoativo. Eles querem fazer boas cenas de terror para que algo que dura em torno de dois minutos pareça uma eternidade para um cérebro que vê tanta tensão de uma vez só.

Portanto, basicamente, Atividade Paranormal nada mais é do que suas cenas de terror filmadas de maneira profissionalmente amadora. É por isso que é reconhecido e é por isso que lota salas de cinema ao redor do mundo. Não se trata de uma história original ou muito menos complexa. Temos o argumento de uma série de famílias que sofrem a consequência de um "ser" maligno que começa a mexer com suas rotinas, e tudo o que podemos esperar de um filme com essa premissa é ver as consequências disso. Não há desenrolar, não vai haver drama. Nossos personagens vão simplesmente se postar lá e viver enquanto percebem que morrem de medo de algo que não podem ver.

Mas não é assim que pessoas que lotam cinemas enxergam o filme. Para a finalidade que tem, Atividade Paranormal é, sim, um filme perfeito, mas acontece que a Geração Vingadores* está acostumada com filmes que têm dez minutos de diálogo e pelo menos quatro horas e meia de ação, porque é mais empolgante. Não, eles não querem saber que vontades têm os personagens apresentados ou muito menos como funcionam suas relações. Qual é a rotina deles? Pra que saber de tudo isso? No que diz respeito ao AP, então, o que se deseja por parte deles é que, pelo menos a partir do minuto dois do filme, os personagens já comecem a voar pelos ares ou que pelo menos algum homem tenha seu pescoço quebrado por alguma entidade. Do contrário, "Que filme chato!".

É o pessoal que não sabe assistir filme. Vão ao cinema pela farra, mas tratam o que está sendo passado na tela como qualquer merda, sendo que eles pagaram por isso. Aquecem uma cadeira e, de minuto em minuto, fazem alguma piada com a cena que está sendo passada. Sendo desrespeitosos, é claro. Com os atores? Com os diretores? É claro que não! Desrespeitosos com todos aqueles que infelizmente - felizmente? - estão ali para acompanhar de verdade o filme. As piadas quebram o clima que a obra tem e as risadas fazem com que a credibilidade do filme, que era para ser aterrorizante, seja testada. Afinal, estamos assistindo um filme que é engraçado mesmo ou estão vendo graça onde não existe?

É uma pena ter que desistir um dia de assistir filmes tão bons quanto esse no cinema por causa de uma grande quantidade de gente que não está na sala de cinema com os mesmos objetivos que você. Assistir Atividade Paranormal em DVD pode até ser legal, mas a experiência no cinema é inigualável, com todo aquele som e a qualidade de imagem. Mas aceitar voltar a esse ambiente depois do que aconteceu é compactuar com o fato de que pode ser que eu venha me assustar em algum momento, mas que ao mesmo tempo existe a possibilidade de eu mais me irritar do que me divertir com o filme. Não por causa do filme, é claro, mas por causa de quem está ao meu lado.

É preciso aprender a assistir filmes, galera!

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*Por Geração Vingadores, entende-se aquele pessoal que não se entedia de maneira alguma com o filme d'Os Vingadores, mesmo com ele tendo pouquíssimos diálogos e/ou dramas e só cenas de ação sem fim, como numa brincadeira de bonecos na imaginação de uma criança.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Por que tanto alarde em 50 Tons de Cinza?



Já faz um bom tempo que eu ouço falar desse livro...

"Fifty Shades Of Grey"

Quando me falaram do livro eu não dei muita atenção, só sabia que era uma fanfic de Crepúsculo (por isso não dei atenção) e por se tratar de uma fanfic eu achei que era uma historia que ainda pertencia ao mundo dos vampiros.
Aos poucos eu percebi que a obra estava ganhando notoriedade e depois levei um choque ao ver muitas pessoas lendo o livro.
Fui na Bienal do livro em São Paulo onde havia uma estande enorme de 50 tons de cinza, OK, o que me chamou a atenção é que muitas pessoas não sabiam do que se tratava, tanto que eu presenciei uma mulher comprando o livro para sua filha de aproximadamente 10 anos de idade.

Nada mais natural do que saciar a sua curiosidade. A questão é por que esse livro fez tanto sucesso?

Eu li o livro para tentar responder a minha pergunta. Imposição da mídia? Será?

O enredo é ambientado no universo BDSM, até aí tudo bem, não é o primeiro e nem vai ser o ultimo livro erótico publicado no mundo, mas não entendi porque 50 tons fez tanto sucesso, não entendi mesmo.
O livro é muito mal escrito, cansativo por seus diálogos bobos e incríveis no mal sentido da palavra. Nem é necessário mencionar os clichés.
Não culpo a autora, ela não tinha nenhuma pretensão de publicar um livro da sua fanfic.



Se as pessoas resolveram se aventurar pela primeira vez em leituras BDSM pode até ser que 50 tons sirva para um inicio de leitura.


PS: Mesmo assim existem livros muito melhores que esse, como por exemplo



A trilogia  Bela Adormecida -  Anne Rice