Com licença, chorando |
Mas também não é tudo mar de rosas, tenho que confessar. Para um fã casual da série, que assiste um episódio e outro e que apenas queria saber no que ia dar essa segunda temporada, talvez estivesse tudo bem. Era apenas uma segunda temporada. Mas fãs ou apenas acompanhadores de Ryan Murphy sabem que as coisas não são bem assim no que diz respeito às séries das quais ele é responsável, já que ele é bem famoso por fazer excelentes primeiras temporadas!, mas decepcionantes temporadas seguintes. Os fãs de Glee que o digam.
Mas eu realmente estava positivo quanto à essa estreia. Quero dizer, para quem assistiu a primeira temporada, que foi sensacionalmente excelente!, a empolgação era inevitável. Se você não assistiu ainda a primeira temporada de American Horror Story, saiba que está perdendo uma história muito boa. Com drama, terror e personagens tão bem criados, tanto por criadores quanto pelos próprios atores, que levam tudo a sério, como deve ser, American Horror Story foi simplesmente uma série nota 10, sem sombra de dúvidas. Teve um final nota 9? Teve... Mas não foi nada que não tenha tornado o desenvolver da trama algo tão bom. Era o tipo de série que simplesmente não dava para abandonar.
Com a notícia de que parte do elenco ia estar de volta, e como parte do elenco de volta se entende a melhor parte do elenco - estamos falando aqui de Evan Peters, Zachary Quinto e Jessica Lange, essa inclusive premiada como melhor atriz de minissérie dramática no Emmy Awards desse ano -, grandes coisas vinham por aí! E realmente vieram.
Em vista da primeira temporada, Asylum parece uma série ainda mais adulta. Enquanto a primeira temporada narrava acontecimentos de forma mais lenta, praticamente em um único cenário, com dramas mais bem trabalhados e personagens fortemente marcantes, a Asylum parece querer chamar a atenção por outros motivos. Os personagens fortemente marcantes continuam lá, embora em menor quantidade, mas o que se destaca nessa trama toda, pelo menos no primeiro episódio, são os acontecimentos e assuntos tratados, que são chocantes por si só. Vemos aí possíveis abduções por ETs, romances que são mantidos apenas dentro de uma casa, longe dos olhares alheios, por motivos de preconceito, como é o caso do protagonista branco com sua esposa negra e a escritora de um jornal e sua namorada, e o hospício mantido por freiras estranhamente rigorosas e com costumes de se duvidar. Há inclusive uma cena em que a freira principal, a comandante da coisa toda, insinua uma cena de amor com um padre.
Não vejo a hora de saber o que tá acontecendo aí... |
São coisas assim que se lembra do primeiro episódio. Não houve diálogos muito profundos e nada que pudesse ser aprendido enquanto as cenas se desenrolavam. Na verdade, tudo acontece tão rápido que eu me senti assistindo a um videoclipe, e não a uma série. Acredito que foram quarenta e dois minutos de duração, mas eu me senti assistindo apenas vinte. Não que isso seja uma coisa ruim, longe disso!, até porque isso significa que eu me envolvi tanto que nem senti o tempo passar. O que acontece é que as cenas em si são rápidas demais, com vários enfoques de câmeras de uma vez só, talvez porque o diretor daquilo achou que essa "manobra" fosse ampliar ainda mais o que se pode ver de uma cena.
Aí, não temos um começo com aquele "clima de começo", quando vamos conhecendo os personagens pouco a pouco e vamos sentindo a tensão que eles sentem... Tudo já está pronto e somos jogados naquele universo do jeito em que ele já se encontra. É possível até pensar que houve algum episódio antes daquele, o que nos faz ter a sensação de que estamos perdendo algo. Deve ser o que se sente sobre uma série que acabou de começar, já que essa não tem vínculo nenhum com a primeira temporada.
Percebi que há vários pontos altos em Asylum. Por exemplo, há algumas dúzias de mistérios apresentados nesse episódio e vários personagens dos quais queremos saber qual é a história. Não sei quanto aos demais, mas me deparei realmente interessado em saber o passado de alguns dos "loucos" que estão naquele hospício, e acho que esse vai ser um desenrolar bem interessante. Não há falta das coisas insanas, que nos fazem franzir o cenho e perguntar "Mas que droga é essa...?", marca registrada de toda e qualquer série do Mr. Murphy. Sim, eu sentiria falta disso se não estivesse lá. Além disso, há vários personagens interessantes, realmente interessantes, o que dá prazer em assistir a série. Certamente, é uma história que muita gente vai querer voltar a acompanhar.
Claro que o mundo inteiro estava esperando para voltar a ver o Evan Peters - exceto eu -, mas eu esperava mesmo era pela Jessica Lange, atriz pela qual me deparei apaixonado de uma hora para a outra, durante a primeira temporada. Mesmo assim, não foi ela quem me prendeu verdadeiramente em Asylum... Por incrível que pareça, Sarah Paulson e sua escritora em busca de um furo sobre o hospício me cativaram. Tem grandes chances de ser a minha personagem preferida nessa coisa toda. Estou positivo quanto à ela.
Mas há pontos negativos também. Por exemplo, Lily Rabe, que fez uma fantasma louca na primeira temporada, que chorava o tempo inteiro, era a minha personagem preferida, justamente porque era tão exageradamente atuada, o que a tornava perfeita. Gostava de vê-la durante a série, era o tipo de personagem que prendia a minha atenção. Quando vi seu nome na segunda temporada, soltei vivas para o céu. Contudo... Tá aí um problema. O personagem que ela pegou, de uma freira com problemas de autoconfiança, que tem medo de tudo e de todos o tempo inteiro, não caiu como uma luva e parece que não vai chamar a atenção do público. Espero que isso seja mudado.
Além disso, Adam Levine e uma atriz que não conheço aparecem na série como convidados também, logo no início. Invadindo os escombros do que um dia foi aquele asilo, no futuro, eles exploram tudo e conversam enquanto fotos são tiradas, enquanto cenas de sexo acontecem aqui e ali. Foi interessante? Não. A meu ver, foi tudo tão porco e acontecido com tanta rapidez que não me interessou. Achei descartável, como se não precisasse deles na série. Mas tenho certeza de que o vocalista do Maroon 5 chamou bastante atenção para novos telespectadores.
A grosso modo, foi um piloto bom, mas diferente demaaaaais do que foi a primeira temporada. Senti falta de um clima mais "família" da coisa, uma produção mais organizada e tudo mais, mas se você prestar atenção apenas no desenrolar da série, talvez não se queixe desse tipo de coisa. Não é uma série pra todo mundo, diferente da primeira. Essa parece que vai envolver milhares de outros tabus, coisas que pessoas comuns não estão acostumadas a lidar. Não estamos falando de um romance simples e um problema conjugal, mas de uma história que envolve loucos, e não só os que são tratados no hospício, como os que trabalham nele também.
É tudo tão interessante que, olha, cadê esse segundo episódio?
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