Com atraso de alguns dias, mas estamos aqui! |
A imagem que foi vendida de Abraham Lincoln, através de trailers, imagens de divulgação e até de sinopses, era que esse filme podia parecer um pouco sombrio. Colocar que Tim Burton faz parte da produção, ainda, é lembrar que uma legião de fãs de filmes sombrios correriam para o cinema em busca de algo que lembrasse as outras produções desse diretor. Mas não é bem assim - não que isso seja uma coisa ruim, longe disso.
Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros conta a história do presidente de mesmo nome, que defendia que não houvesse escravos nos Estados Unidos e que talvez por isso tivesse sido eleito. O filme é baseado num romance homônimo que é um mash-up da realidade - porque, até onde se sabe, Lincoln não foi caçador de vampiros. Quando sua mãe morre para as mãos de um, ele se sente no dever de vingá-la, o que o motiva a aprender a lutar contra essas criaturas e até a governar um país sob o pretexto de libertar os escravos, que têm sido a principal fonte de alimento para esses vampiros. Essa é uma sinopse tão simples quanto o é o filme.
Veja bem, é um filme simples, mas nem por isso ruim. Confesso que fui ao cinema esperando um épico cheio de batalhas, com músicas tocantes ao fundo e tudo mais. Há as batalhas, que são muito bem encenadas e criativas - apesar de mentirosas (rs). As lutas são como danças que você sente prazer em acompanhar. Não sei quem foi o responsável pelos clímax, mas são todos tão excelentes que empolgam. Rápidos, com focos distintos, modos de filmagens diferentes, basicamente fora de qualquer clichê já utilizado. Não que eu não tenha percebido alguns "traços" de Zack Snyder ali, uma vez que esse diretor também tem gosto voltado para ação com cenas que oscilam entre câmera rápida e lenta a todo instante. Como em Sucker Punch.
A história, que não é muito elaborada e nem muito original - mas que nem por isso ruim - é contada com pressa. Não é que eu tenha cronometrado, mas se tem a impressão de que não há cena ali que dure 2 ou 3 minutos. É como ler um livro de capítulos curtos, e talvez seja por isso que se tem a impressão de que o filme é bem rápido. Quando você percebe, bem, o filme já acabou.
Não há atuações majestosas ou dignas de atenção maior, porque os personagens não são tão elaborados assim. São simples, como é o roteiro. Traições, amizades e outras coisas são tratadas bem superficialmente, tanto que você não sente que há importância nessas relações, que muito provavelmente não são e nem nunca foram o foco da trama. Mas até aí vai de você dar a importância necessária ou não.
Há acontecimentos que acabam sendo mais importantes do que os próprios diálogos, que não ensinam nada que você já não tenha aprendido com outros filmes. A prova disso é que o final, por si só, é uma sacada genial, e não estou falando apenas da última cena, mas também de todas as outras que precedem esse desfecho. É uma sucessão de referências que chegam a dar arrepios para quem conhece o contexto de Abraham Lincoln.
É um filme bom. Excelente? Depende do que você procura. Não temos um vilão tão marcante assim para dizermos que as batalhas nos empolgam porque queremos vê-lo derrotado. São empolgantes porque são lindas e os efeitos especiais são muito bons! É um filme divertidíssimo pra se assistir com a família e comentar o que se vê enquanto sangue voa pela tela!
Mas não assista com as crianças. A menos, é claro, que queira que ela se traumatize com as imagens dos vampiros, que são horríveis nesse filme.
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