Das duas, uma: ou o ser humano em geral é um ser que só se importa com algo quando quer ou estamos falando apenas de brasileiros.
Exemplos de exemplos errados de relações entre iguais dessa mesma espécie são inúmeros! Vejam só, vivemos em diversos lugares que compartilhamos com várias outras pessoas e ainda assim aprendemos e ensinamos que devemos tratar o outro como nada de mais. Como um lixo. Claro que essa comparação parece exagerada, mas não é, já que até o lixo devia ter tratamento especial em um mundo habitado por seres com consciência.
Aliás, o lixo é um exemplo do que quero ilustrar, e outro dia mesmo eu me espantei com algo que vi. Quer dizer, como não se espantar com uma pessoa que se dá ao trabalho de apanhar um papel de boca de urna de vereador na porta de uma faculdade para simplesmente amassá-lo e jogá-lo ao chão alguns metros à frente? Cheguei a inúmeras conclusões a respeito dessa única cena, mas é inevitável que algumas delas sejam mais notáveis que outras. É preciso ser muito despreocupado com a vida para ignorar o fato de que aquele espaço que você está usando é seu e que sujá-lo é um ato porco. Além do mais, se não vai fazer nada de importante com o papel, por que pegá-lo, então?
O texto talvez tenha chegado num nível onde parece que estou falando de sustentabilidade, mas queria corrigir isso aqui. Não sei se isso funciona em todas as cidades do Brasil, mas, em São Paulo, algo muito curioso acontece nos ônibus, que é a total ignorância por aqueles que estão ao seu lado. É claro que todos nós queremos entrar num ônibus e ter um banco para se sentar e manter-se acomodado, mas ignorar que há pessoas em pé segurando bagagens pesadas ou então que pode haver quem esteja em pior situação que a sua e que precise mais do banco do que você - não estou falando de mim e vocês bem devem saber do que estou falando - me parece horrível.
É como se o ser humano estivesse acostumado com o fato de que ninguém é importante para ele além dele mesmo. É um costume que é bem refletido quando preferimos dormir encostados na janela de um ônibus, sentados, enquanto vemos um idoso passar pela maior provação de resistência da vida , agarrado a um poste a fim de evitar que caia na curva seguinte.
Não há dúvidas de que as pessoas são ignorantes e que até sentem um certo prazer nisso. Ou vai me dizer que o que se sente ao virar o rosto para quem precisa de ajuda não é uma tremenda falta de empatia?
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